Muricy Ramalho conquistou seu quarto título nacional: 2006, 2007, 2008 e 2010 - Foto: Fábio Motta/AE
Muricy Ramalho, três vezes campeão brasileiro por outro Tricolor, mas o paulista: o São Paulo. O Fluminense não queria mais repetir os mesmos equívocos dos anos anteriores e estava disposto a mudar. O dinheiro da Unimed não foi poupado e as apostas após o fracassado estadual foram grandes. Os destaques do Santo André no Paulistão Carlinhos e o artilheiro Rodriguinho vieram reforçar o elenco que estava em construção e a grande notícia veio mais tarde: Deco, luso-brasileiro que retornava ao Brasil após 14 anos fora do país. Belletti veio com ele, para dar o toque de experiência necessário para o clube. O “sheik” Emerson queria o título que perdeu em 2009 pelo Flamengo e também veio auxiliar Muricy. E Dario Conca ainda tinha oportunidade de mostrar seu futebol, até então, irregular. Irregular porque todo mundo sabia de seu potencial, mas nem sempre seu futebol funcionava, tanto que, de vez em quando era banco de reservas.
Até aí se imagina que no papel o Fluminense tem um elenco fortíssimo. Faltava traduzir isso em campo. No começo do Brasileirão o time não mostrou o status de grandes estrelas e favorito ao título, que havia sido classificado pela imprensa. O Tricolor perdeu na estreia diante do estreante Ceará (1x0) e na terceira rodada foi derrotado pelo Corinthians (1x0). Um pouco antes, pela Copa do Brasil, veio a eliminação para o Grêmio, que não vivia boa fase com Silas. O ano do Flu estava indo para o lixo e restava apenas o Campeonato Brasileiro para a salvação do ano e do investimento da Unimed.
E a equipe se uniu após os fracassos. Nada melhor como recuperar a fase em um clássico, e o 3x1 contra o Flamengo foi o ponto de partida para a glória. Vieram mais 14 jogos e nenhuma derrota sequer. A família Muricy começava a se formar. O lema “Aqui é trabalho, meu filho!” foi transmitido aos jogadores e o clube só foi perder no último jogo do primeiro turno, quando perdeu em Campinas para o Guarani, 2x1.
Washington: "Voltei para ser o campeão brasileiro" - Foto: Photocamera
A essa altura um velho conhecido retornou às Laranjeiras: Washington, o “coração valente”. Após quase dois anos fora do Fluminense, o atacante que foi muito criticado no São Paulo esteve disposto a trocar os gols pelo título brasileiro. Porém, sua casa é mesmo o Rio de Janeiro. O jogador declarou que “voltou para ser o campeão brasileiro”, e com esta motivação, os gols também voltaram. Foram 11 no total durante a campanha, porém, veio uma seca até o fim do Brasileirão. O último deles no revés por 2x1 para o Corinthians, dia 15 de agosto. Sem dúvida nenhuma foi um dos grandes personagens, mesmo em fase ruim. Com o título tudo se apaga.
Dario Conca: camisa 10 da seleção brasileira? - Foto: Sérgio Ayres/Photocamera
Dario Conca era irregular, certo? Sim, mas neste campeonato o argentino de Torcuato foi o melhor e mais regular. Futebol ele sempre teve, mas desta vez sua importância técnica e tática fez o Fluminense ser muito forte nas partidas. E por 38 jogos, Conca foi um dos poucos que atuaram em todas as partidas, sempre jogando bem e sendo eficiente. Merecido o prêmio Bola de Prata e Craque do Brasileirão. Agora querem Conca com a 10 da seleção brasileira! Por que não?
O papel de irregular acabou com Deco, que sofreu com lesões e ficou de fora de boa parte das partidas do Flu. Mesmo assim, o luso-brasileiro conquistou seu vigésimo título na carreira de mais de 14 anos como profissional. Outro jogador desse patamar que não foi bem, mas teve papel importante no título foi Fred, que teve as esperanças mais que depositadas pelo torcedor. O jogador marcou apenas cinco gols e causou muita polêmica durante a temporada, devido à seca de gols.
Charge do Lancenet
Mesmo assim, o pó-de-arroz guardado por 26 anos finalmente pode ser jogado no apito final de Carlos Eugênio Simon, que encerrou a brilhante carreira como árbitro, e apitando o jogo do título diante do Guarani. A mãozinha de “João de Deus” abençoou os jogadores e a torcida do Fluminense, que viu um título suado e com trabalho árduo, do jeito que Muricy Ramalho gosta. O time saiu da água de 2009 pro vinho em 2010.
Por Márcio Donizete (@marciodonizete)
Agência Esporte
Por Márcio Donizete (@marciodonizete)
Agência Esporte
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